Trabalho voluntário em parceria com os Expedicionários da Saúde

Associação Expedicionários da Saúde (EDS)

A Associação Expedicionários da Saúde (EDS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada em 2003 por um grupo de médicos voluntários, com o objetivo de levar medicina especializada às populações indígenas que vivem geograficamente isoladas na Amazônia brasileira.

O “Programa Operando na Amazônia” foi criado como uma alternativa eficaz de acesso à saúde especializada para comunidades indígenas que vivem em locais de difícil acesso, uma vez que os pacientes e suas famílias não precisam se ausentar de suas vidas sociais e produtivas para receberem tratamento em centros urbanos com infraestrutura médico-hospitalar adequada. 

Para tanto, a EDS desenvolveu uma tecnologia social adaptada às suas necessidades de atuação na Amazônia, o Centro Cirúrgico Móvel, transportado e montado especialmente para cada expedição.

É uma forma de trabalho inovadora, pela primeira vez utilizada no Brasil por uma organização da sociedade civil.

Com olhar atento às consequências da pandemia, em 2021 a EDS iniciou um projeto piloto inovador de construção do Centro Médico Indígena (CMI) em Pari-Cachoeira, na Terra Indígena (TI) Alto Rio Negro, extremo noroeste do Estado do Amazonas. Em paralelo, a EDS também viu uma oportunidade de oferecer atendimento médico especializado à distância, via internet, conectando pacientes indígenas em necessidade a médicos voluntários no Estado de São Paulo.

Até 2022, a EDS realizou 49 expedições, com o total aproximado de 68 mil atendimentos especializados, 9 mil cirurgias, 115 mil exames e procedimentos e 6 mil óculos doados. A EDS e a Unimed Campinas mantêm uma relação de parceria desde 2010 e, com essa nova fase, o objetivo é aumentar ainda mais a capacidade de atendimento e serviços de saúde prestados voluntariamente à população indígena.

A população indígena e o acesso à Saúde

A falta de condições de atendimento médico é uma realidade para a população indígena, que nem sempre dispõe de tecnologias, especialistas e, em geral, lida com superlotação nos centros de saúde. Assim, somente casos graves conseguem atendimento e a fila é longa. Não é raro, na região equatorial, a incidência de doenças degenerativas nos olhos, como catarata e pterígio. Também são comuns, em populações que fazem muita força física, as hérnias abdominais. 

Além dos problemas relacionados ao deslocamento devido a distâncias, há as dificuldades geradas com a mudança do indígena e de sua família, que sempre o acompanha nessas situações, para centros urbanos, diferentes de seu ambiente nativo. Isso requer sacrifício, já que são obrigados a deixar sua comunidade, viajar durante horas ou dias até o centro médico mais próximo e aguardar os atendimentos por meio do SUS.

O Programa Operando na Amazônia, executado pela EDS, por meio do “Centro Cirúrgico Móvel”, se configura como uma alternativa de resultados comprovados para transformar a situação da população indígena e ribeirinha isolada geograficamente ao realizar expedições cirúrgicas.

Por fim, vale lembrar que as Terras Indígenas da Amazônia brasileira, muitas vezes por sua localização geográfica de difícil acesso e outras questões ligadas à desigualdade socioeconômica regional característica do Brasil, sofrem com a falta de suprimentos, de equipamentos e de serviços de saúde especializada.

Entenda mais sobre o trabalho voluntariado

1.Quanto tempo será preciso disponibilizar em agenda para os atendimentos? Há algum calendário a ser seguido?

A disponibilidade será a do médico voluntário. Os atendimentos deverão ocorrer a partir do dia 24 de janeiro de 2024, e acontecerão de segunda a sexta, das 9h às 18h.

2. No que consiste o trabalho voluntário que está sendo oferecido?

O médico irá dedicar parte de sua agenda ao atendimento da população indígena sem precisar se deslocar até o local e sem renunciar à comodidade de sua clínica ou consultório, já que a modalidade de consulta será a TeleMedicina. O pré-requisito para o trabalho é a prévia adesão do médico voluntário ao atendimento via TeleMedicina.

3. Quem é o público-alvo deste programa? A quem estamos oferecendo ajuda humanitária?

O trabalho voluntário é prestado às populações indígenas que vivem geograficamente isoladas na Amazônia brasileira e, portanto, com difícil acesso à saúde.

4. Qual a estimativa de agendamentos por mês?

Estima-se, inicialmente, um total de 40 consultas por mês. No entanto, cada médico participante disponibilizará o tempo que julgar ideal ou possível para a parceria. É muito importante, entretanto, honrar com o compromisso assumido. Por se tratar de uma população localizada em áreas geograficamente distantes de grandes centros, o acesso desses pacientes ao centro de atendimento é bastante difícil e, muitas vezes, exige um tempo de deslocamento expressivo para essa população, com viagens de barco, debaixo do sol e por dias. Cancelamentos e atrasos nas consultas podem causar um desequilíbrio em toda logística de atendimentos. 

5. Quais especialidades médicas serão necessárias?

Existe uma gama de especialidades mais demandadas para os atendimentos e entre elas, estão: Clínica, Pediatria, Oftalmologia, Ginecologia, Dermatologia, Otorrinolaringologia, Cardiologia, Endocrinologia, Gastrologia, Neuro-clínica adulto/pediátrico e Geriatria. No entanto, as queixas dos pacientes são muitas e todas as especialidades são necessárias.

Para atender as populações que vivem distantes de centros cirúrgicos, a EDS desenvolveu o Centro Médico Indígena (CMI) em Pari-Cachoeira, montado especialmente para esses atendimentos e adaptado às necessidades da população assistida.

6. Quem acompanhará o paciente durante a consulta?

Contaremos com apoio dos agentes de saúde local para esta atividade. Geralmente, os enfermeiros são os responsáveis pelo Polo de Saúde indígena que o governo mantém em algumas comunidades. No entanto, há um funcionário/parceiro EDS para essa atividade. O Polo de Saúde indígena é similar ao Posto de Saúde urbano, permitindo fornecer triagem com informações iniciais aos médicos, tais como: peso, altura, sinais vitais, glicemia capilar, assim como histórico médico do usuário. 

7. Como serão realizados os agendamentos das consultas?

Os agendamentos serão realizados pelas secretárias da Unimed Campinas, de acordo com a disponibilidade informada pelos médicos voluntários. 

8. Quem será o ponto focal da EDS para os agendamentos, abertura das videoconferências e acompanhamento na sala de atendimento?

Inicialmente, contaremos com apoio dos agentes de saúde local para esta atividade. Geralmente, são profissionais técnicos de enfermagem os responsáveis pelo Polo de Saúde Indígena que o governo mantém em algumas comunidades. Contudo, há um funcionário/parceiro EDS para essa atividade, que não necessariamente será da área da saúde.

9. Há outros profissionais de saúde envolvidos?

Sim. Voluntários da EDS quando necessário.

10. Quais as datas em que haverá atendimentos?

Os atendimentos serão constantes, de acordo com a disponibilidade dos voluntários médicos.

11.Qual o tempo de duração da consulta?

O tempo de duração de cada consulta é bastante variável. A população indígena possui diversas peculiaridades – por exemplo, não dominar a língua portuguesa ou não mostrar determinadas partes do corpo devido às tradições de sua cultura – e isso interfere muito na duração da consulta. Mas será de, aproximadamente, 30 minutos. 

12. Como saberei se há agendamento de atendimentos?

Uma equipe interna da Unimed fará os agendamentos pelo Sistema RES, na UNCP 3355 (específica para o projeto voluntário da EDS), de acordo com as disponibilidades ofertadas pelo médico voluntário, e o informará por meio do WhatsApp e/ou e-mail.

13. Existe algum protocolo de prescrição de exames e medicamentos? Como terei acesso a ele?

A EDS conta com uma farmácia própria com medicamentos disponíveis para uso dos pacientes da população indígena, além do ROL de medicamentos do Sistema Único de Saúde. Em relação ao pedido de exames é importante que cada médico faça uma análise criteriosa sobre a relevância da solicitação dentro da realidade do indígena, já que para conseguir realizar um exame ele precisa se deslocar, muitas vezes de barco, para a cidade mais próxima, o que demanda tempo e custos.  

Em casos de necessidade da realização de exame, a EDS, junto à equipe de saúde local, irá providenciar a viabilidade, sendo necessário sinalizar a necessidade de urgência ou não da solicitação. Isso porque, para a realização dos exames, o paciente será deslocado para o município onde seja possível realizar o exame de acordo com a urgência.

Ressaltamos que, em casos de urgência ou emergência, a EDS deverá ser comunicada imediatamente.

14. Como deve ser dada a orientação para encaminhamentos para outras especialidades ou outros níveis de atenção à saúde?

O médico deverá avisar à equipe da EDS, que por sua vez irá tratar o paciente junto à Secretaria de Saúde Indígena.

15. Por qual ferramenta virtual será feita a consulta?

Agendamento pelo sistema RES, na UNCP 3355, e TeleMedicina pelo sistema Zoom, encaminhado por link ao e-mail do médico voluntário.

É importante ressaltar que a região amazônica, por sua posição geográfica, dispõe de recursos tecnológicos limitados e a internet é instável. Os médicos voluntários devem estar a par de que a consulta poderá estar sujeita a isso.